sábado, 29 de maio de 2010

Surpresas

A cada dia que passa nos surpreendemos com nossos colegas, pessoas que nos chamam atenção por fatos pequenos mas que jamais esqueceremos. Isso ocorreu comigo durante uma apresentação de trabalho na faculdade, o tema dos trabalhos era escritores romantistas brasileiros, eis que surge uma equipe com Fagundes Varela e sua flor de maracujá. Que apresentação linda e inesperada, ao declamar o poema o aluno entregava flores de maracujá as colegas de turma! Segue o poema:


Flor de maracujá

Pelas rosas, pelos lírios,
Pelas abelhas, sinhá,
Pelas notas mais chorosas
Do canto do Sabiá,
Pelo cálice de angústias
Da flor do maracujá!

Pelo jasmim, pelo goivo,
Pelo agreste manacá,
Pelas gotas de sereno
Nas folhas do gravatá,
Pela coroa de espinhos
Da flor do maracujá.

Pelas tranças da mãe-d'água
Que junto da fonte está,
Pelos colibris que brincam
Nas alvas plumas do ubá,
Pelos cravos desenhados
Na flor do maracujá.

Pelas azuis borboletas
Que descem do Panamá,
Pelos tesouros ocultos
Nas minas do Sincorá,
Pelas chagas roxeadas
Da flor do maracujá!

Pelo mar, pelo deserto,
Pelas montanhas, sinhá!
Pelas florestas imensas
Que falam de Jeová!
Pela lança ensangüentado
Da flor do maracujá!

Por tudo que o céu revela!
Por tudo que a terra dá
Eu te juro que minh'alma
De tua alma escrava está!!..
Guarda contigo este emblema
Da flor do maracujá!

Não se enojem teus ouvidos
De tantas rimas em - a -
Mas ouve meus juramentos,
Meus cantos ouve, sinhá!
Te peço pelos mistérios
Da flor do maracujá!

Um comentário:

  1. Tomara que ninguém, quando estudarmos o Parnasianismo, se empolgue e declame Olavo Bilac com tanta fidelidade. A menos que seja o Hino à Bandeira, claro.

    Nossa faculdade é de família. :)

    ResponderExcluir